Ai, olha, não sei nem por onde começar... a loucura que foi o mês de maio. Com certeza, nunca passei tanta aflição na vida.
Mas vamos começar do começo. Em maio, como vocês provavelmente sabem, começou uma tragédia enorme aqui no Rio Grande do Sul: as enchentes. O estado todo ficou alagado, pessoas tiveram as casas absolutamente SUBMERSAS. E, sim, foi um horror. Mas aqui na minha cidade não chegou a esse ponto. Mesmo assim, tivemos que sair de casa.
E que terror que é ter que deixar a sua casa desse jeito. Aqui já entrou água algumas vezes, é verdade, mas nunca assim. Em um dia, tinham pessoas andando de bote na minha rua. Foi quando a defesa civil mandou evacuar; mas antes mesmo disso, a gente saiu, quando a água subia tão rápido que ficamos preocupados que estragasse o carro e a gente não pudesse ir embora. E foi nesse dia que eu fiquei com o coração na mão por deixar nossos gatinhos. Deixamos eles no meu quarto, no andar de cima, com água, comida e caixa de areia (não, não tinha chance alguma da água chegar até lá, fiquem tranquilos). Daí fomos pra casa da amiga da minha mãe, desesperados, tentando pensar no que a gente faria dali em diante.
Mais tarde, falei com a minha prima. Meu avô deixou levar os gatos pra uma pecinha na casa dele, então, no outro dia de manhã, buscamos eles e eu passei a ficar na casa da minha tia, pra cuidar deles (meu vô é vizinho). Jesus, como foi complicado transportar esses gatos, inclusive. Foram gritando o caminho todo, e eu com aquela dor no coração por estar traumatizando os coitadinhos. Ainda por cima, nem gasolina tinha nos postos e o carro quase indo pro beleléu. Além disso tudo, uma das gatas ainda fugiu quando a gente chegou lá, porque tava muito assustada. Foi pro pátio do vizinho e quem achou foi o cachorro dele. Ainda bem que o cachorro era meio besta e a gata muito rápida, pegamos ela de volta com a ajuda do vizinho (demos muito trabalho pra ele, coitado).
Enfim, minha mãe ficou com o meu irmão na casa da amiga dela. E, ô, meu Deus, que saudade da minha casa que eu fiquei... mal levei roupas. Saudade da minha mãe, do meu irmão, de não sentir medo. Até que foram divertidos os dias que eu passei lá, eu gosto de passar tempo com a minha família; mas quando chegava a noite, sempre batia uma tristeza. Claro que batia, né?
Bom... pelo menos, posso me orgulhar de dizer que fiquei um pouco mais independente. Quer dizer, tive muita responsabilidade com os gatinhos. Tá, eu sei que isso é o mínimo quando se tem animais de estimação... mas geralmente quem mais cuida deles é minha mãe, e em casa é bem mais fácil. Na minha tia eu tinha que sair de casa e ir em outra pra dar comida, água, limpar caixa. Mesmo que já estivesse escuro. Eu que comprava ração, areia e tudo. E, sei lá, eu nem imaginava que eu pudesse ter tanta obrigação com algo assim. Mas eu jamais deixaria meus bichinhos, que são tão dependentes de mim. Não importava o que eu estivesse fazendo, meu sono ou cansaço, eu ia várias vezes por dia lá.
Semana passada a gente veio em casa pra limpar um pouco. Tinha tanto barro que não dava nem pra enxergar a cor do chão, nunca tinha visto tanta podridão, juro (inclusive, tinha até peixinhos pequenos e uma cobra, também pequenininha, aqui). O cheiro era TERRÍVEL - além do cheiro de lodo, maresia e peixe, também tinha cheiro de comida podre que ficou um mês na geladeira desligada, porque a gente não conseguiu levar. Tinha uma marca na porta que mostrava até onde tinha subido a água; considerando que eu tenho pouco mais de 1,70cm de altura, era quase no meu quadril. E imagine que era tanta água que conseguiu carregar o freezer da cozinha pra sala e mexer a cama da minha mãe de lugar (sendo que era aquelas camas com baú - que tava cheio de cobertores molhados dentro). Enfim... meu tio e meu primo vieram, trouxeram um lava-jato, e lá fomos nós. Nunca eu passei tanto rodo na minha vida, jogando barro pra fora junto com o meu primo enquanto meu tio passava o lava-jato. Ontem eu e a minha mãe viemos mais uma vez e demos mais uma limpadinha, principalmente no banheiro. Trouxemos os gatos de volta pra casa e deixamos no meu quarto de novo, já que a gente tem um fujão e não dá pra fechar a janela do banheiro (e a porta a gente teve que arrancar fora, porque apodreceu). Eles tão ainda estranhando um pouco a casa, vão ter que se adaptar mais uma vez.
A gente perdeu coisas, infelizmente. Vários armários apodreceram, guarda roupas,... a máquina de lavar não funciona mais, também. A geladeira e o freezer a gente tá esperando pra limpar, secar, e ver se funcionam ainda. A cama da minha mãe foi pro lixo, assim como a porta do quarto dela e, como eu falei, a porta do banheiro. E, falando em banheiro, o armarinho que segurava a pia também foi pro lixo, porque se desmontou todo. A escrivaninha do meu irmão também foi fora; inclusive, acho que ele foi quem mais perdeu coisas, tadinho. Vários brinquedinhos pequenos (tipo lego) acabaram indo embora com a água e com a limpeza, fora outras coisas, tipo alguns cadernos.
Mas finalmente estamos em casa, tô muito feliz por isso, apesar de tudo. Meu notebook voltou ontem do conserto e, como coloquei SSD nele, tá muuuiito bom. Parece outro computador.
Bom... é isso. Não sei se vai encher tudo de novo, se vai entrar água aqui em casa outra vez... mas acredito que não vai subir mais como antes, talvez molhe a sala no máximo (eu acho). Só tô muito feliz de estar em casa. :)
E a vida continua, né? Vai passar e vai ficar tudo bem.
PS.: o Jin do BTS finalmente voltou do exército!!! Coisa mais fofa eles se encontrando e se abraçando. Tava com tanta saudade deles juntos!! E o Namjoon do nada tocando saxofone UDSHAUISDHUIASD ai, ai. Fofos.
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